quinta-feira, 16 de julho de 2020

Vou ter saudades de ti...

Descanso no teu abraço
- A lua está linda meu amor.
De cabeça no teu regaço,
és meu ninho reparador.

Aninhados à beira-mar
Proteges-me com muito carinho
- Como é bom poder te amar,
poder fazer contigo caminho

Não consigo controlar
esta vontade de te ver.
Mais forte do que poderia esperar,
Mais intenso do que era de prever.

Passas os dedos pelos meus cabelos,
e apertas-me num forte abraço
- Vou ter muitas saudades de ti,
destes momentos tão belos.




 

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Se amar é... então vamos continuar!

Se amar é amizade
se amar é cumplicidade
se amar é respeito
e adormecer junto ao teu peito
sentir o teu coração a palpitar
então quero-te amar
Se amar é sentir saudade
de caminhar com nossos dedos entrelaçados
Se amar é vaidade 
por nos sentirmos amados
Se amar é ter vontade de gargalhar 
e sentir alegria de viver
então, coração, quero-te continuar a amar
Se amar é ter receio de perder
este sentimento que me faz brilhar
então amor, vamos de certo saber
que não há melhor na vida que ter alguém para amar
e enquanto houver estrada para andar, vamos continuar...

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Apenas um abraço...




Seguro um copo meio cheio de vinho,
meio cheio ou meio vazio, que importância tem?
Quantas vezes matamos a sede de amor 
com uma bebida ou outras quaisquer banalidades 
Sim, uma bebida em troca de um sono rápido 
e uma manhã doentia.
Somos peritos em fazer substituir 
sentimentos por um conjunto de futilidades.
Quantas vezes comprei um vestido 
para preencher o infinito vazio
que se instalou após um passado sofrido.
Quantas vezes apenas me enrosquei 
e deixei apenas que o tempo passasse?
Quantas vezes me afundei no trabalho 
para sentir que afinal existia?
No fim de contas só queria mesmo
um abraço bem apertado no fim do dia
que dissesse ao meu ouvido; 
«És fantástica, vai ficar tudo bem»


terça-feira, 26 de maio de 2020

Gosto de ti assim...


Gosto de ti assim,
como olhas para mim e sem dizeres nada despertas em mim um monólogo sobre toda a minha essência;
Gosto de ti assim,
do jeito que me pegas na mão e me guias, me proteges;
Gosto de ti assim,
quando queres saber quem sou e para onde quero ir;
Gosto de ti assim,
porque sou contigo eu própria, pura e genuína;
Gosto de ti assim,
quando resolvemos enterrar todo o nosso passado e convidar-nos a um belo presente;
Gosto de ti assim,
quando traíste a tua razão para escutar a gritaria do teu coração;
Gosto de ti assim,
quando pensativo me devolves de volta ao mundo real;
Gosto de ti assim,
quando me olhas e me presenteias com um elogio;
Gosto de ti assim,
quando me abraças tão forte num sinal de pertença;
Gosto de ti assim,
quando me aninhas de tal forma que "eu sou tu".
Gosto de ti assim,
do teu beijo demorado e apaixonado a mordiscar o meu lábio;
Gosto de ti assim,
quando queres prolongar para o infinito um último beijo, um último abraço de até já!
Gosto de ti assim,
e na verdade sempre gostei sem saber que gostava tanto de ti assim!

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Não me conheces...




Gostava tanto que olhasses para mim 
e desejasses de verdade saber
todos os meus anseios e desejos sem fim
mas nunca quiseste perceber.

Tento por vezes mas em vão
falar de mim, do que sei 
Mas a conversa leva um empurrão 
ou um beliscão de «Sim, já sei!»

E as poucas conversas para mim
focam-se na mudança do meu visual
Pois aqui fica escrito assim:
«Não entrarei mais nesse festival»

Se realmente de mim gostares
será de de preto, amarelo ou roxo sem pudores
Será de vestidinho ou calças se quiseres
Lembra-te que não sou boneca de montra para vestires.

E se até a este momento 
nenhum elogio conseguiste tecer a meu respeito,
nem beleza, nem astúcia, nem simpatia ou inteligência...
Então terás conseguido de mim o maior distanciamento.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Não, hoje não vou esturricar o arroz!


É tão difícil desligar! Estou quase a entrar em pânico com as notificações no telemóvel, no Pc... Eu sei que não tenho o direito de me queixar pois continuo com o meu trabalho, tele mas muito trabalho e,com o meu vencimento mensal. No entanto, é preciso ter muita força para não misturarmos família, atividades domésticas e o trabalho. Misturar? O mais fácil é talvez esquecermos de tudo o resto.

Ontem decidi que apesar de haver dúvidas ou não para tirar na hora pós laboral, não ía mais esturricar o arroz para responder a mais uma mensagem. Não ía mais deixar de almoçar convenientemente para terminar logo algo que não tinha fim à vista. Apenas à noite tinha um pouco de descanso e depois enquanto descomprimia, a gula tomava conta de mim e iniciava uma dezena de peregrinações até ao frigorífico. 

Fiz um horário e agora tudo tem a sua rotina...Até o meu estômago!

Receita de Arroz branco normal, enviada por TudoGostoso - TudoGostoso

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Uma parte da minha vida...

Hoje senti uma voz dentro da minha cabeça a chamar-me até ao sótão. Há muito que não subia aquelas escadas íngremes até àquela escuridão que se impõe misturada com aquele cheiro a velho. Acendi a lanterna do meu telemóvel e percorri todas as caixas como que a fiscalizar o conteúdo de cada uma delas e eis que encontrei...Diário, uma dúzia de agendas e o caderno, o tal caderno intitulado «Uma parte da minha vida..» com dezenas de poemas em verso com dedicatória e data. Fascinante!

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Esta sim, sou eu!

Hoje sinto-me feliz apesar deste tédio inerente ao estado de isolamento social a que todos estamos a viver. Estava a sentir-me sem um propósito na vida, sem um objetivo. Todas as manhãs acordava sem energia. Deambulava pela casa, entre panelas e outros afazeres domésticos. Ansiava ajudar mas não sabia como e hoje, oh meu Deus, surgiu a minha oportunidade de fazer a diferença.
Não que eu precise disso para mostrar que sou boa pessoa mas, porque dá sentido à minha vida, oxigena todo o meu ser. Sinto de novo o sangue a pulsar nas veias. Esta sim, sou eu! 

sexta-feira, 27 de março de 2020

Criança rebelde

Às vezes parece-me que dentro de ti existe uma criança tão rebelde que não consegues calar. Quero confiar em ti e acreditar que vais ser responsável mas não consigo mais. Estou farta! Ontem fizeste-me beber quase meia garrafa de vinho para esquecer a tua irreflectida atitude. Aliás, a tua estúpida atitude! A sério, estiveste a lanchar com um amigo que é bombeiro, a comer uns petiscos do mesmo prato e a beber uns copos de vinho branco e depois foste jantar a casa da tua mãe, mãe essa que tem oitenta e tal anos de idade? Estás completamente insano! Mata quem tu quiseres, a mim não vais matar. Não vou mais me chatear contigo por este motivo. Deixei de confiar em ti e, só por si já me vai matando aos poucos...

segunda-feira, 23 de março de 2020

Hoje ficaste em casa...


Hoje estás frágil, não queres falar com ninguém. Atendeste-me o telefone para dizeres que não estás bem. Quis explicar-te há uns dias o que estava a acontecer comigo mas não entendeste, chamaste de paranóia  ao meu excesso de zelo no entanto, eu só queria cuidar! És um reflexo do povo português que insiste na loucura de sair todo o dia desnecessariamente, que acredita naqueles números diários que pouco dizem para os poucos testes que se fazem. Testar, testar, testar... Hoje aterraste e os quase 30% de crescimento bateram forte. Hoje já não quiseste ir beber café à pastelaria...Ficaste em casa! Sei que estás a enlouquecer pelo fim do mês nebuloso e sombrio. É triste mas temos de ficar em casa...

quinta-feira, 19 de março de 2020

Dia do Pai e eu sem ti!

Os pensamentos pulsam no meu cérebro, abano a cabeça para os fazer parar mas não resulta. Pessoas que amo à distância de milhões de quilómetros criam tensão no meu pescoço do lado direito. Quando os verei? Será que estão mesmo bem? Eu bem que tentei boicotar a viagem mas a resposta do meu pai foi « Já vivi coisas piores...». Claro que viveu! Queria referir-se ao Ultramar em Angola. Mas como podemos comparar acontecimentos quando um deles é tão desconhecido? Resta-me apoiá-los nesta decisão tão inconsequente até porque hoje é o dia do pai. A água corre bem quente sobre a loiça a lavar e de repente solto um gemido. Acordo deste emaranhar de pensamentos com o escaldar da água...Vamos ficar bem!

quarta-feira, 18 de março de 2020

Já chega!

Chega de ficar sentada com os joelhos juntos ao peito em volta com os braços. As minhas células cinzentas não param. Ainda há pouco a minha agenda estava completamente entupida de compromissos sociais. Mal teria tempo para respirar... De um dia para o outro ficaram cancelados os compromissos sociais e culturais, visitas de estudo lá na escola e por fim, as atividades letivas presenciais, minhas e dos garotos. 
O que tenho escutado nas notícias, desde então, tem me matado mas, chega a hora de reagir e chegou por fim esse dia! A minha casa virou um local de trabalho com três gabinetes. Neste momento estou no meu. Ainda sinto o perfume do champoo na ponta dos meus cabelos que pego e levo ao nariz. Como costumo dizer, temos de estar bonitas até para corrigir testes. Sinto-me bem e o frango com limão já foi ao forno, humm já cheira bem. Estou pronta para responder aos meus pupilos e incrivelmente toda esta situação me amaciou um pouco. Como se tivesse sido lavada com soflan. Na verdade não andava muito confortável a conviver com tantas pessoas por dia dadas as circunstâncias. Só me vinha à cabeça aquele problema dos apertos de mão, ui...!
Fico um pouco alterada por algumas pessoas me acharem paranóica devido ao meu excesso de zelo. Já eu, fico furiosa com grupos de turistas de outros países a desrespeitarem as orientações da d.g.s., pessoas a continuarem frequentar cafés e restaurantes... Com tantos sacrifícios que certamente já todos fizemos o que custa preservarmos a nossa saúde e a daqueles que mais amamos? Li um artigo muito interessante. Se queres saber se estás a agir corretamente, pergunta-te se a consequência dessa atitude é negativa ou positiva. 
Vou aproveitar para ler um pouco de um livro que tanto desejei poder acabar e chutei sempre para canto: «No Tempo das Fogueiras» de Jeanne Kalogridis. Um título um pouco apocalíptico tal como o que poderemos vivenciar se não respeitarmos as orientações.